Passamos um dia e uma noite em Nápoles durante nossa viagem pelo sul da Itália (lê o roteiro aqui) e conto neste post quais lugares visitamos e como foi nossa passagem por lá.
Chegando em Nápoles
Partimos de Roma pegando o trem para Nápoles na Estação Termini às 8:48, em uma viagem de pouco mais de uma hora de duração. A dica é comprar as passagens com antecedência, pelo site da Trenitalia. Compramos cerca de 2 meses e meio antes e pegamos a tarifa Super Economy por €24,90 por pessoa. Quanto mais próximo da data da viagem for a compra, maior a possibilidade de pegar a tarifa cheia. Como alternativa, mesmo com pouca antecedência, existem passagens mais baratas em viagens mais demoradas (trens com diversas paradas no caminho ou até mesmo com baldeação).
Hospedagem em Nápoles
Nossa hospedagem foi o Hotel Cineholiday, custou €39,60 por uma diária (+€2,50/pessoa/dia de imposto municipal turístico). Quarto com duas camas de solteiro, banheiro, ar condicionado. O café da manhã não estava incluído na nossa tarifa, mas havia a opção de pagar à parte. O ponto forte é sua localização, junto à estação de trens e metrô, excelente para quem vai ficar pouco tempo na cidade e pretende pegar um trem cedo para Pompeia, como era o nosso caso.
Chegamos cedo, ainda não era horário do check-in, mas eles guardaram nossas bagagens e saímos para passear.
Atrações visitadas em Nápoles
Pegamos o metrô também ali bem pertinho do hotel, na estação Garibaldi, junto à estação de trens.
O primeiro “ponto turístico” foi propriamente onde descemos, na Estação de Metrô Toledo. Ela tem uma decoração diferente, bem bonita.
Dali já se sai nos Quartieri Spagnoli, os quarteirões com aquelas ruas estreitas e prédios com sacadas cheias de roupas estendidas, naquela imagem bem conhecida de Nápoles.
Passamos pela frente do Teatro San Carlo (possui visitas guiadas) e caminhamos até a Piazza Plebiscito, onde ficam o Palácio Real (ambientes internos lindos, mais informações sobre a visita aqui) e a Basílica Real de Nápoles, mas não entramos em nenhum deles.
Seguimos até a orla. Ficamos surpresos com as pessoas tomando banho de mar e aproveitando a praia, porém… em cima das pedras! Não ter uma faixa de areia não é problema para eles, e com o calorão que faz nessa época, é compreensível. O Rodrigo já ficou louco para buscar a roupa de banho no hotel e voltar para dar uns mergulhos. 😀
Porém, o que estava nos impressionando mesmo era o Vesúvio. Ele domina a paisagem do Golfo de Nápoles, e creio que seja impossível vê-lo pela primeira vez e não pensar na destruição de Pompeia e no potencial que um vulcão desses tem de devastar rapidamente o que está ao seu redor. Para completar, ele estava com uma fumaceira, um visual diferente das fotos que a gente costuma ver.
Algumas pessoas apontavam, garçons nas portas dos restaurantes ficavam olhando pro vulcão e conversando entre si. Pensamos “pronto, só o que falta esse troço entrar em erupção justo hoje”. Passamos o dia meio tensos com essa ideia, mas mais tarde fui procurar alguma informação a respeito e descobri que, em função do forte calor, estavam ocorrendo diversos incêndios na vegetação das suas encostas. 😕
Perto dali, entramos em um bar para tomar um chopp. Meu professor de italiano já tinha me avisado que Nápoles seria o local com o sotaque mais difícil de compreender nessa nossa viagem e de fato foi! Pedi a senha do wi-fi e acho que o atendente teve que repetir umas cinco vezes até eu entender. Além de difícil, ele não fez muita questão de falar mais devagar para facilitar. 😀
Depois, almoçamos em outro restaurante próximo, que servia menu turístico. Esquema de entrada de massa ou risoto e prato de carne com vegetais, com várias opções. Veio muita comida! Só com um café espresso típico italiano, aquele bem concentrado e denso, para dar uma acordada depois de comer tanto e seguir turistando.
Fomos conhecer o Castel dell’Ovo, sua entrada é grátis. Conta-se que esse castelo guarda um ovo (!) que, se um dia for quebrado, deixará de proteger Nápoles e a cidade passará por catástrofes. Não vimos ovo algum lá dentro 😀 , mas a construção é bonita e oferece belas vistas do golfo e do Vesúvio.
Depois, passamos em frente ao Castel Nuovo (onde está o Museu Municipal e, também, ocorrem vários eventos culturais) e pegamos o metrô para voltar ao hotel. Descemos na estação de trens e fomos ver de onde saíam os trens para Pompeia, e aproveitei também para passar em uma loja da Vodafone e comprar um chip para usar internet no celular. Descansamos o resto da tarde (o calor estava de matar!).
À noite, saímos para jantar na Antica Pizzeria Da Michele – sim, a do filme Comer, Rezar e Amar. Fomos a pé, uns dez minutos do nosso hotel.
Chegamos cedo, umas oito e pouco. A quantidade de pessoas aguardando em frente já era enorme. Entramos e perguntei de quanto tempo mais ou menos seria a espera, o cara respondeu algo que nem sei se era em italiano 😀 . Pedi para ele repetir e a espera estava em torno de 45 minutos. Pegamos uma senha e saímos a caminhar pelas ruas próximas, procurando um mercadinho que vendesse uma cerveja gelada. Mercado não achamos, mas quase em frente à pizzaria tinha um bar e tomamos uma gelada ali, em pé, na rua. Aliás, nos arredores da Da Michele tem diversas outras pizzarias, opção para quem não quiser encarar a espera.
Uns 40 minutos depois chamaram nossa senha e nos acompanharam até a mesa, onde duas moças orientais já estavam sentadas. Não tem essa de escolher lugar ou de ficar em casal em uma mesa de quatro lugares, eles organizam as coisas para otimizar a ocupação. Cardápio também não tem, a pizza é ou margherita ou marinara. Pedimos duas cevas e elas eram servidas em copos de plástico. Em resumo, o lugar é bem simples!
Mas quando veio a pizza… que maravilha! A crostinha e o sabor defumado do forno à lenha, a massa ao mesmo tempo macia e crocante, o molho de tomate delicioso, o perfume do manjericão… simplesmente deliciosa! Enfim, poucos ingredientes, mas todos de ótima qualidade e muito saborosos, e o resultado final é excelente. Sem dúvida, umas das melhores pizzas que já comemos.
Na hora de pagar, estávamos preparados para gastar uns 30 euros pelas duas pizzas e as duas cervejas. O garçom disse o valor: 12 euros. O Rodrigo me olhou e perguntou “12 euros por pessoa?”, com espanto de quem já estava achando barato. Respondi “não, 12 euros tudo!”. Além de tudo, o preço é ótimo! Voltamos para o hotel mais do que satisfeitos!
No dia seguinte, cedo seguimos viagem para Pompeia.
Lê o post: Pompeia: como é a visita à cidade devastada pelo Vesúvio.
Outras atrações de Nápoles
O Museu Arqueológico de Nápoles tem um enorme acervo de itens de escavações das cidades soterradas pelo Vesúvio, além de outras coleções como por exemplo egípcia e grega. O museu pode também ser visitado virtualmente através do Google Arts & Culture.
A Cappella Sansevero tem um lindo interior todo adornado por obras de arte, e seu principal destaque é a impressionante escultura em mármore Cristo Velato.
Essas duas últimas atrações eram as que mais desejávamos visitar na nossa passagem por Nápoles, mas ambas fechavam (na época da nossa visita) às terças-feiras, justamente o dia em que estávamos lá. Optamos por não modificar o resto do nosso roteiro em função disso, então, quem sabe em uma próxima oportunidade!
A Colina de Vomero ergue-se a 250m acima do nível do mar, oferecendo belas vistas do Golfo de Nápoles e da cidade. E lá que fica o Castel Sant’Elmo, cuja fortificação tem o curioso formato de estrela de seis pontas.
O Complexo Monumental de Santa Clara engloba basílica, cripta, museu e mosteiro, e seu grande destaque é o belíssimo claustro decorado com azulejos.
Outro passeio que fiquei curiosíssima para fazer foi o da Nápoles Subterrânea, um conjunto de galerias sob o centro histórico da cidade. Também na linha de atrações turísticas subterrâneas, as Catacumbas de São Genaro reúnem cerca de 3000 sepulturas em espaços adornados por afrescos e mosaicos.
Ah, claro, uma estadia em Nápoles possibilita um bate-volta a Pompeia, e também às outras cidades soterradas pelo Vesúvio em 79 d.C., como Herculano e Oplontis.
E falando em Vesúvio, visitando o Parco Nazionale del Vesuvio é possível subir esse vulcão ativo e adormecido e chegar na borda de sua cratera com impressionantes 600 metros de diâmetro e 300 de profundidade.
Existem ferry boats diretamente para a ilha de Capri, e também para a ilha de Ischia, aumentando a quantidade de passeios possíveis e interessantes para uma estadia em Nápoles.
Eu não recomendo fazer bate-volta para cidades da Costa Amalfitana, especialmente se for no verão: hospedar-se na região vai possibilitar conhecê-la muito melhor! Mas, se o tempo for curto e a ideia for conhecer um pouco das paisagens fantásticas dessa região, pode valer a pena.
Impressões sobre Nápoles
Vimos muitas opiniões sobre Nápoles no estilo “ame ou odeie”. Não achamos nem um nem outro, mas foi um lugar bem interessante de conhecer.
Outros comentários muito comuns são que é uma cidade suja, insegura e de trânsito caótico. Achamos que é um tanto suja, mas não chegou a incomodar; andamos bastante a pé, inclusive à noite, e não nos sentimos inseguros (tomando aqueles cuidados básicos com mochilas e itens nos bolsos); e sobre o trânsito, bom, tudo depende do parâmetro que a pessoa tem a respeito do assunto… o trânsito mais doido que já conhecemos foi o do Vietnã, e depois disso o de Nápoles pareceu até que bastante civilizado. 😀
É possível fazer bate-volta a Nápoles a partir de Roma, mas aproveitamos a cidade para fazer um pit-stop entre a capital e a região de Pompeia e, na sequência, Sorrento e Costa Amalfitana. Não recomendo passeios que ofereçam bate-volta a Nápoles+Pompeia no mesmo dia, a correria será enorme e o aproveitamento, pequeno.
Como deu para ver na lista de atrações que sugeri e que nem chegamos a visitar, tem bastante coisa interessante para se fazer em Nápoles. Eu gostaria muito de ter tido mais tempo de conhecê-la melhor. É fácil esticar a estadia por lá para mais do que apenas um dia (difícil é cortar tempo de outras cidades do roteiro pela Itália 😛 ).
Nossa passagem por Nápoles aconteceu em 11/07/2017.
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