Após a inesquecível manhã que tivemos no Salar de Uyuni propriamente dito, tivemos um tempinho para conhecer os monumentos das Bandeiras e do Rali Dakar.

Dei maiores informações sobre este tour no post Salar de Uyuni: como é o tour. Fizemos o passeio de 4 dias e 3 noites com a empresa Cruz Andina, saindo de San Pedro do Atacama (Chile) e retornando para a mesma cidade.

Vamos ao relato.

Os visitantes que pelo Monumento das Bandeiras vão afixando as bandeiras dos seus países, muitas delas com assinaturas das pessoas. Fica um visual bem bonito o colorido das bandeiras contrastando com o branco do salar.

Tour Salar de Uyuni - terceiro e quarto dias (após o Salar e retorno para o Chile).
Monumento das Bandeiras.

O Rali Dakar, que ocorre desde 2009 na América do Sul, passou pela Bolívia pela primeira vez em 2014 e incluiu o Salar de Uyuni em seu percurso em mais de uma edição, inclusive na de 2018, poucos dias antes de estarmos lá.

Tour Salar de Uyuni - terceiro e quarto dias (após o Salar e retorno para o Chile).
Monumento Rali Dakar.

Depois, entramos no Hotel de Sal Playa Blanca. Atualmente a estrutura não funciona como hotel, mas há lá dentro uma loja de artesanato e souvenirs, um banheiro e um saguão com mesas e bancos de sal onde diversos grupos em tour pelo local fazem suas refeições.

Tour Salar de Uyuni - terceiro e quarto dias (após o Salar e retorno para o Chile).
Hotel de Sal Playa Blanca.
Interior do hotel e o nosso último almoço do tour.

Até aquele momento ainda não sabíamos se o Gilmar retornaria conosco até a fronteira da Bolívia com o Chile. Conforme a demanda dos turistas, o guia pode retornar para pegar um novo grupo e seguir trabalhando direto ou então, o que creio que seja mais comum, outro motorista nos leva até lá para que ele pegue o grupo que vai iniciar o passeio.

Recebemos a notícia de que trocaríamos de guia para nosso retorno. Ficamos chateados, pois a companhia dele nesse período foi excepcional. Almoçamos todos juntos, pela primeira vez – nas demais refeições, por mais que insistíssemos, ele nunca sentou à mesa conosco.

Partimos para as duas últimas atrações programadas. Primeiro, fomos ao povoado de Colchani. Foram aproximadamente 15 minutos em estrada asfaltada: o único asfalto em que andamos nesses quatro dias.

Esta parada é para compras. Existem diversas lojas de artesanato e afins, uma ao lado da outra. Roupas, colchas, ímãs, chaveiros etc, muita coisa bem bonita e colorida naquele padrão de tecelagem típico andino. Para quem estiver combinando Uyuni com o Atacama, como nós, recomendo que deixe para fazer suas compras aqui, pois tudo é bem mais barato.

Por fim, visitamos o cemitério de trens junto à cidade de Uyuni. Há algumas décadas atrás, a Bolívia fez bom uso das linhas férreas, transportando principalmente minérios. Porém, esse meio de transporte teve sua utilização bastante reduzida, e diversas locomotivas e vagões foram abandonadas nesse cemitério. O cenário que se formou é bem interessante.

Cemitério de trens.
Tour Salar de Uyuni - terceiro e quarto dias (após o Salar e retorno para o Chile).

Todos nós do grupo juntamos bolivianos, pesos chilenos e dólares e demos uma boa gorjeta ao Gilmar, em retribuição por todo profissionalismo, respeito, gentileza, educação e até mesmo carinho com que ele nos tratou durante o período que passamos juntos. Ele ficou muito agradecido.

Fomos levados à sede da empresa Estrella del Sur Bolivia, parceira da Cruz Andina, na cidade de Uyuni. Lá, nos despedimos do Gilmar e também da Nar, que ia dormir ali por uma noite e seguir viagem para a Argentina.

Nosso novo motorista, o Elder, chegou logo depois e partimos. A velocidade pelas estradas sacolejantes era outra, agora não mais em ritmo de passeio, mas somente com o objetivo de chegar ao local da pernoite. Nosso grupo estava parte cansado, parte com os pensamentos processando tudo que havíamos vivido nos últimos dias. Por mais que o Elder fosse simpático e tentasse puxar conversa, ninguém estava muito a fim de papo. Fomos até Villamar só curtindo as musiquinhas, sem trocar muitas palavras.

Ah, uma boa dica para o tour é levar música em algum dispositivo. No primeiro dia ouvimos o repertório de músicas bolivianas do Gilmar e estava legal, mas depois disso ficamos intercalando um pendrive que eu tinha levado e algumas playlists que a Roberta tinha no seu celular.

Ficamos na mesma hospedagem onde dormimos a primeira noite, mas dessa vez eu e o Rodrigo ganhamos um quarto privativo. Deu para tomar um banho morno (a água não chegava a ficar quente), jantamos com direito à sopa de legumes bem quentinha e capotamos na cama depois desse dia incrível.

Gastos do dia (bolivianos):

  • Ingresso da Isla Incahuasi: 30
  • Banho na hospedagem em Mallcu Villamar: 10

Na manhã seguinte, antes de clarear o dia carregamos o carro e partimos. Mais algumas horas nas estradas poeirentas e sacolejantes. Fizemos uma parada na Terma de Polques, mas sem banho desta vez, somente para tomarmos o café da manhã.

Na fronteira da Bolívia, o agente nos cobrou uma antipática “taxa de saída do país” de 15 bolivianos por pessoa. Dizem que nem sempre eles fazem essa cobrança, depende do agente que está lá e de eles irem com a “cara” do turista. 🙄

Fizemos a troca do 4×4 para a van, com o mesmo motorista que nos pegou no começo de tudo.

No caminho até San Pedro, uma bela surpresa. Durante todos os passeios pelo Atacama, eu passava muito tempo examinando os arredores na esperança de avistar algum zorro – a raposa que vive por lá – mas não consegui ver nenhum. Pois justamente na última passada por ali, um deles deu o ar da graça. Foi bem rapidinho, mas fiquei faceira. Não deu tempo de fotografá-lo, mas busquei uma imagem para ilustrar porque ele é muito fofinho. 🙂

Foto de Ulrich Peters, sob licença CC BY-SA 4.0.

A passagem pelo posto de controle fronteiriço chileno foi bem rápida, apesar de burocrática como sempre. Mais uma vez passamos por toda aquela função de passar as bagagens pela máquina de raio-x. A seguir, fomos deixados em frente ao hostel onde nos hospedamos.


E assim foi nossa jornada inesquecível pelo Salar de Uyuni! Fomos preparados para os mais variados tipos de perrengues e, no fim das contas, tudo foi maravilhoso. Repito o que disse no primeiro post: não é um tour para qualquer pessoa. Se é para ficar incomodado com a ausência de conforto e com possíveis contratempos, melhor não ir. Mas, para quem estiver disposto… garanto que a beleza das paisagens vale todo o esforço e o desapego!


Nossa viagem pelo Salar de Uyuni aconteceu entre 25 e 28 de janeiro de 2018.


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