O voo é direto Porto Alegre-Lima, mais fácil para nós do que ir para alguma cidade do Nordeste. Além disso, a diferença do fuso faria com que a gente saísse às 06:25 da manhã e chegasse lá às 09:25, com todo o resto do dia para aproveitar explorando o bairro de Miraflores.

Era o primeiro dia dos novos procedimentos de segurança nos aeroportos do Brasil em virtude da proximidade com a realização dos jogos olímpicos no Rio. Chegamos duas horas antes do voo e ficamos mais de uma hora na fila do embarque, a inspeção estava bem rigorosa. Famílias inteiras saindo para as férias de julho, adultos com crianças, vovozinhas, cachorro, gato e galinha, aquele caos. Fui escolhida para a revista aleatória e tive que mostrar tudo que estava dentro da mochila. Para completar, sempre tem aqueles que querem levar um pote de shampoo de 500ml ou um canivete na bolsa e ficam brigando com os agentes que dizem que eles não podem, atrasando a vida do resto do povo.

Chegamos em Lima no horário previsto e a migração foi bem tranquila, a agente simpática já nos deu um sorridente “Bienvenidos al Peru”.

No saguão das esteiras de bagagens já tem uns quiosques de casas de câmbio, trocamos só um pouco para pagar o táxi pois o câmbio ali é ruim, como geralmente é em aeroportos (trocamos 30 dólares por 90,25 soles, teve alguma “taxa” embutida). Bem na saída da zona de desembarque há vários guichês de cooperativas de táxi e pelo que vimos rapidamente o preço é tabelado, 60 soles até o bairro de Miraflores. Escolhemos a Táxi Green, que era uma empresa que já tínhamos ouvido falar e com boas referências.

O trajeto até Miraflores demora cerca de uma hora e o trânsito é intenso. Eles se cortam, cruzam um na frente do outro, trocam de faixa sem sinalizar, é uma loucura. Lembrei de alguns blogs que eu tinha lido que diziam que alugar carro aqui é uma furada e concordei com eles.

O táxi nos deixou na porta do nosso hostel, o Pirwa Inn. Ainda não estava no horário do check in, só largamos as bagagens e saímos a bater perna na rua.

Desde quando estávamos no táxi e agora caminhando pelas ruas, notamos que muitas casas tinham a bandeira do Peru pendurada. Descobrimos que em 28 de julho eles celebram a sua Independência e dia 29 celebram Fiestas Patrias, então já estavam no clima. Além disso, 29 era a data da posse do novo presidente eleito.

Entramos no Parque Kennedy, zona bem central do bairro de Miraflores. Dezenas de gatos vivem neste parque e diversas pessoas levam alimentos para eles. Alguns ariscos e outros bem mansinhos e carentes. Me fartei fazendo carinho em todos que estavam ao meu alcance 🙂 . Teve uma gatinha que, quando eu me agachei para passar a mão nela, já foi me escalando, querendo colo!

Parque Kennedy em Miraflores.
Gataiada no Parque Kennedy.

Seguimos pela Avenida José Larco dando uma olhada nas casas de câmbio e trocamos mais um pouco de dinheiro (cotação de 1USD para 3,27 PEN).

Chegamos no Shopping Larcomar. É basicamente um shopping a céu aberto, mas seu maior atrativo é o fato de estar no alto do barranco que se estende por uma boa parte da orla de Lima, com um belo visual da praia e do Pacífico.

Vista do Larcomar em Miraflores.
Vista a partir do Shopping Larcomar.

Tomamos um chopp Cusqueña, marca de cervejas peruana, para começar a entrar no clima da culinária local 🙂 . Almoçamos no La Lucha, rede de lanches que eles têm lá, basicamente sanduíches, ou como eles chamam por lá, sanguches. De acompanhamento, umas batatas fritas bem rústicas, com casca e tudo, o primeiro dos diversos tipos de batatas que provamos no Peru.

Andamos pelo calçadão que margeia o barranco, até o Parque del Amor. Estava cheio de criancinhas de uniforme escolar com professoras enlouquecidas tentando manter um pouco de ordem entre elas 😀 , mas em seguida elas partiram. O parque é bem bonito, jardins bem cuidados e floridos e alguns muros e bancos que lembram o Parque Güell, em Barcelona.

Parque del amor em Miraflores.

Voltamos em direção ao hostel pela Malecón Balta, no caminho entramos em um supermercado para um programa que adoramos: ver os produtos locais. Achei lindo o milho roxo!

Milho roxo – maiz morado – bonitão!

Esse mercado é o Wong, fica dentro do Balta Shopping, é uma boa opção para fazer um lanche econômico. Ele vende diversas comidinhas prontas, tipo frango assado acompanhado de batatas, e tem uma lanchonete com salgados, sucos, doces etc.

Chegamos nos hostel e fizemos toda a função de check in e tirar algumas coisas da mala. Perguntamos para o recepcionista sobre algum supermercado perto do hostel, ele nos indicou o Plaza Vea. Dessa vez fomos lá comprar alguns itens de primeira necessidade, como água e cervejas.

Compramos uma Cusqueña de cada tipo para fazer uma degustação: a normal, a red, a weiss e a preta. Todas são bem gostosas. Depois da rodada de degustação que fizemos no terraço do hostel, saímos para jantar.

A região do Óvalo de Miraflores concentra muitos restaurantes de diversos tipos. O objetivo da primeira janta em terras peruanas era bem claro para nós: comer ceviche!

Caminhamos bastante para conhecer a região, e lá pelas tantas escolhemos um restaurante que parecia razoável, o Los Incas. Fica na Alameda de las Pizzas, onde tem um bar do lado do outro e um assédio básico aos turistas na porta de cada um deles.

A vontade de ceviche era tanta que pedimos um prato para cada um, acompanhado de mais Cusqueñas. Estava delicioso! O tempero, a acidez, as batatas que acompanham e quebram o sabor forte do prato… delícia! Mas, na metade da porção concordamos que um prato estaria de bom tamanho para nós dois 🙂 . Ainda assim, comemos tudo (e passamos o resto da noite com a sensação de que havia um limão atravessado na goela 😀 ).

ceviche em Miraflores.
Primeiro ceviche em terras peruanas: o olho grande nos fez pedir um para cada!

Alguns gastos (soles):

  • Táxi do Aeroporto até Miraflores: 60
  • Chopp Cusqueña no Shopping Larcomar: 10
  • Almoço para dois no La Lucha: 39
  • Janta para dois no Los Incas: 80

Hospedagem: Hostel Pirwa Inn – USD 39 (PEN 117) por três diárias.

Quarto com uma cama de casal e uma de solteiro e banheiro privativo. Café da manhã incluído, cozinha comunitária. O quarto tinha um bom espaço, as camas eram confortáveis e o chuveiro quentinho. O wi-fi funcionava bem e os atendentes eram muito queridos. O que não gostei foi a limpeza, ou melhor, a falta de limpeza da cozinha. O café da manhã é bem fraco.

19/07/2016.

Lê mais sobre Lima. Conhece seu lindo centro histórico.


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