Fazer uma visita à Concha y Toro por conta própria é fácil, fazendo dessa uma ótima opção de passeio em Santiago do Chile – especialmente para os amantes do vinho!
Nós, certamente, contribuímos para o aumento da média de consumo de vinho por pessoa no Brasil 😀 . Os que mais consumimos e gostamos são os chilenos – certeza de ótima relação custo-benefício – e, dentre eles, muitas vezes compramos os da Concha y Toro. Fiquei bem contente ao saber que é fácil fazer uma visita a essa vinícola por conta própria (quero dizer, sem depender de agências) e não perdemos esta oportunidade.
A Concha y Toro
A vinícola foi fundada em 1883, por Don Melchor Concha y Toro. Já foi escolhida a Marca de Vinhos mais Admirada do Mundo e também a Marca de Vinhos mais Poderosa do Mundo.
Seus vinhedos estão espalhados em diferentes regiões do Chile, mas é na região metropolitana de Santiago, na localidade de Pirque, no Valle del Maipo, que ocorrem as visitações/degustações. Esta propriedade serviu de casa de verão da família Concha y Toro e foi construída no meio do século XIX. É um belíssimo espaço, com jardins, lago, muita vegetação e, é claro, as caves.
Tipos de visita à Concha y Toro
Existem vários tipos de visita à Concha y Toro:
- o Tour Tradicional inclui degustação de três vinhos, servidos ao longo da visita guiada pela propriedade, passando por seus jardins, parreirais e cave. Todos os seguintes tours incluem esse mesmo trajeto e as três doses de degustação,
- o Tour Gran Reserva inclui ainda a degustação de um vinho Gran Reserva servido no Winebar,
- o Tour Casillero del Diablo inclui ainda a degustação de dois vinhos Casillero del Diablo servidos no Winebar,
- o Tour Marques de Casa Concha inclui ainda degustação de quatro vinhos da linha Marques de Casa Concha harmonizados com queijos finos e com acompanhamento e orientação de um(a) sommelier,
- o Tour Aromas inclui degustação e análise dos aromas de três vinhos da Extraordinária Colheita 2018, com acompanhamento e orientação de um(a) sommelier, e
- o Tour Fine Wines inclui ainda degustação de quatro vinhos das linhas Ultra Premium harmonizados com queijos finos e com acompanhamento e orientação de um(a) sommelier.
Para quem tem bala na agulha 😛 , há ainda a Collectors Experience, que acontece no casarão da metade do século XIX da família Concha y Toro, e a degustação é do vinho Don Melchor. Por modestos USD 180, até o heliporto da propriedade fica à disposição do visitante.
Quando visitamos a Concha y Toro, em 2018, havia somente os tours Tradicional e o Marques de Casa Concha. Eu tenho um parentesco com rato 😀 e quando vi que havia queijos não tive dúvida de que era esse o tour que eu queria fazer, além, é claro, de poder experimentar quatro Marques de Casa Concha, que nunca tínhamos tomado (no Brasil é muito caro para o nosso bolsinho).
Fiz a reserva para o tour escolhido no dia em que chegamos a Santiago, ou seja, com dois dias de antecedência, mas percebi que para o Tour Tradicional vários horários já estavam esgotados, creio que para essa visita seja interessante reservar com um pouco mais de antecedência. As reservas (bem como informações atualizadas sobre horários, idiomas e valores das visitas e detalhes de como chegar) são feitas diretamente no site da vinícola.
Chegando à Concha y Toro
Seguimos as orientações do site a respeito de como chegar à Concha y Toro e foi muito tranquilo. Após descer na estação de metrô Las Mercedes (linha azul), pegamos um táxi até a vinícola (pode-se usar também Uber). Chegando lá, informamos os dados da reserva, fizemos o pagamento da visita e ainda aguardamos uns minutos antes do seu início.
Entramos no bonito parque de propriedade da família Concha y Toro, lugar super agradável e bem cuidado, com muitas flores e um lago. Nossa visita foi conduzida pelo guia Teo (brasileiro, por acaso), e foi mais focada em contar sobre a história da vinícola e dos seus fundadores do que no processo de fabricação do vinho em si. Achamos diferente da maioria das vinícolas que já visitamos e gostamos bastante desta abordagem.
Quando menos esperávamos, passando por um caminho entre a vegetação do parque, demos de cara com uma estação para servir a primeira degustação do dia, um branco Sauvignon Blanc Gran Reserva. Boa surpresa.
A seguir, fomos conhecer o chamado Jardim das Variedades, onde há um pequeno parreiral de cada uma das 26 diferentes uvas usadas na confecção de todos os rótulos da vinícola. Os parreirais estavam bem bonitos em função da época, bem folhosos e com diversos cachos de uvas.
Veio então a segunda degustação, um Marques de Casa Concha Carmenére, e essa vista aí para um belo vinhedo.
Descemos para as caves onde são armazenados os barris de carvalho. O guia faz um suspensezinho sobre a origem do nome Casillero del Diablo e fecha as portas nos deixando sozinhos dentro da cave, então começa um jogo de som e luz e passa uma animação projetada na parede contando essa história (não vou contar para não estragar a surpresa de quem ainda não a conhece). Bem divertido!
Depois disso, espiamos as caves onde estão as melhores garrafas de vinho, guardadas pessoalmente por… ele! 😮 😀
Saímos da cave e finalizamos com a última degustação do Tour Tradicional, um Cabernet Sauvignon Terrunyo.
Então, o Teo encerrou a sua parte conosco. Gostei muito da visita à Concha y Toro por ser diferente do tradicional, saindo daquele esquema de primeiro passar por setores da fábrica, explicar como o vinho é feito, e somente ao final servir a degustação.
Por fim, fomos para a sala com a enóloga Sandra. Cada um dos vinhos foi apreciado com explicações sobre o quê e como analisar, com o que harmonizar e o que esperar dele. Primeiro, um Chardonnay acompanhado de um emental suíço, depois, um Pinot Noir com um queijo de cabra chileno, após, um Merlot com um brie francês e, por último, um Cabernet Sauvignon com um grana padano italiano. Que ma-ra-vi-lha! Vinhos excepcionais e queijos deliciosos escolhidos a dedo!
Saímos dali bem alegrinhos após as boas doses da bebida 🙂 , e fomos para a loja. Havia umas promoções muito boas (garrafas por menos da metade do que custam no Brasil 🙄 ) e saímos com algumas caixinhas de lá… Os próprios atendentes da loja sabem as regras para levar bebidas na bagagem de mão e na bagagem despachada nos voos para os países vizinhos e nos orientaram. Trouxemos o limite da bagagem de mão (quatro garrafas por pessoa), quanto à bagagem despachada não me recordo se eram doze, pois compramos apenas duas garrafas cada um para despachar (vieram bem enroladinhas nas roupas dentro do mochilão).
Para retornar, pegamos outro táxi até a estação de metrô mais próxima (Plaza de Puente Alto – o táxi ficou mais barato ainda do que na ida) e metrô para o resto do trajeto até onde estávamos hospedados.
Super recomendo fazer esta visita à Concha y Toro. Ela toma cerca de um turno e dá para aproveitar o resto do dia e conhecer outra(s) atração(ões) de Santiago.
O passeio relatado neste post aconteceu em 31 de janeiro de 2018.
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