Sorrento é uma cidade italiana à beira do mar Tirreno, na região da Campânia, a 50 km da capital regional, Nápoles, e a 250 km de Roma.

Localizada sobre um rochedo de 50 metros de altitude, as vistas sobre o Golfo de Nápoles e o vulcão Vesúvio são sensacionais. A estreita faixa de areia espreme-se entre o mar e o paredão de pedra, deixando o cenário todo ainda mais pitoresco.

Vizinha de Amalfi e Positano, Sorrento não faz parte da Costa Amalfitana. Apesar disso, pode servir de base para conhecer a região.

Passamos três dias em Sorrento durante nossa viagem pelo sul da Itália (lê o roteiro aqui) e vou contar neste post o que fizemos por lá.

Chegando em Sorrento de trem

Chegamos em Sorrento de trem, vindos de Nápoles e após passar o dia em Pompeia (de Pompeia a Sorrento a viagem durou cerca de 30 minutos; de Nápoles, dura pouco mais de uma hora). A linha Napoli-Pompei-Sorrento é operada pela EAV.

Vindo de Roma, é preciso pegar um trem até Nápoles e depois seguir viagem com a EAV. Como já mencionei no post sobre Pompeia, o trem da EAV é um enorme downgrade para quem veio de Roma para Nápoles em um Frecciarossa da Trenitália: o trem é velho, mal-cuidado, todo pichado, não tem ar condicionado e muita gente viaja em pé.

Existem outras formas de chegar a Sorrento, como ônibus e ferry boat (além, é claro, do carro alugado). Gosto bastante de utilizar o site Rome 2 Rio para comparar rotas em diferentes meios de transporte.

Hospedagem em Sorrento

Ficamos no Sorrento Apartments, custou €192,00 por três diárias (+€1,50/pessoa/dia de imposto municipal turístico). Quarto (estilo quitinete) com uma cama de casal, banheiro, ar condicionado, mini-cozinha e wi-fi. Pequeno mas bem equipado, bem limpo e com ótimo atendimento. Muito bem localizado, próximo do elevador que leva à praia e ao píer.

O apartamento, que alugamos pelo Booking, ficava a uns 10 minutos de caminhada da estação. Fomos super bem recebidos pelo Mirco, proprietário, que nos explicou o funcionamento de tudo e deu dicas dos arredores.

Atrações em Sorrento

Era fim de tarde quando terminamos de ajeitar nossas coisas após o check-in, e rapidinho saímos para a rua, para conhecer a cidade. Fomos ao mirante junto ao Convento di San Francesco, nos jardins públicos da Villa Comunale. A vista é maravilhosa!

Sorrento: o que fazer.
A vista do mirante junto ao Convento di San Francesco. No alto à esquerda, onde vemos a base de um monte, é o Vesúvio (uma pena que ele estava assim encoberto).
Parte da praia de Sorrento, vista do alto.

Ali há um caminho para quem quiser descer a pé para a praia e há também um elevador (por dentro da rocha) para quem quiser poupar tempo e esforço.

Passeamos pelo centrinho de Sorrento: a Piazza Tasso e a Corso Italia concentram muitos restaurantes e estabelecimentos comerciais charmosos.

Sorrento: o que fazer.
Piazza Tasso.
Corso Italia.
Sorrento: o que fazer.
Torre dell’Orologio, na Corso Italia.

As ruas são muito bonitinhas e as pessoas em geral andam muito bem vestidas. Parece até que tem algum evento acontecendo na cidade, mas é só o modo de vestir da alta-sociedade italiana e europeia 😀 . Os homens de camisa e sapato social e as mulheres de vestidos, saltões e jóias. Ah, e muito branco! Eles adoram usar roupas brancas, parece reveillon! 😀

Mas a verdade é que a gente andava de bermuda, regata e chinelos e ninguém nos olhou ou tratou diferente por isso. Ninguém precisa ficar com receio de se sentir constrangido por estar com roupas simples.

O tratamento italiano é, como sempre, uma incógnita. Assim como uns são super simpáticos, volta e meia aparece um que nos dá uma patada gratuita. 😀 O Rodrigo entrou em uma loja de artesanato para comprar um ímã (que a gente coleciona). Entrou todo simpático, cumprimentando ciao, buonasera. A senhorinha que atendia permaneceu sentada olhando para ele por alguns segundos e depois disparou um ciao cheio de amargor. Ele pagou pelo ímã e saiu lá de dentro chocado com a “simpatia” da senhora. 😀

Bom, voltando a falar de atrações, no dia seguinte aproveitamos a manhã para conhecer o Bagni della Regina Giovana.

Lê o post: Bagni della Regina Giovanna: um lugar especial em Sorrento

No caminho, passamos pela Marina Grande, uma simpática praia um pouquinho mais afastada do centro da cidade.

Sorrento: o que fazer.
Marina Grande.

Pela tarde, aproveitamos a praia de Sorrento. Utilizamos o elevador que liga as partes alta e baixa, a tarifa foi de €1,80 por pessoa ida+volta. O calor estava forte e não nos animamos a fazer a pé mais este trajeto (já havíamos dado uma bela pernada até o Bagni della Regina Giovana).

São muito comuns na Itália os estabelecimentos chamados “lido”. São espaços que oferecem cadeiras, guarda-sóis, bar, chuveiros e alguns outros serviços (wi-fi, por exemplo) e só podem ser ocupados por quem pague pela sua utilização.

Como em Sorrento a faixa de areia é muito estreita, parte dos lidos estão sobre plataformas que avançam sobre o mar, parecendo píeres.

Sorrento: o que fazer.
Os lidos nas plataformas sobre o mar de Sorrento.

Há um trecho de praia pública, mas ela é minúscula e estava lotada.

Praia pública. Sim, é só esse pedaço!

Fizemos uma rápida pesquisa de preços em uns três lidos e acabamos ficando no Peter’s Beach. Duas espreguiçadeiras+um guarda-sol por €25,00. Passamos o resto da tarde na maior vida boa, tomando sol, descansando na sombra e tomando banhos de mar.

Sorrento: o que fazer.

Os molhes de pedras ajudam a formar uma grande piscina natural. A água em julho é fria (não gelada, somente fria) e o banho lá era simplesmente uma delícia. Flutuar na água observando aquele paredão de pedra e a cidade lá em cima foi inesquecível.

Molhes de pedras ajudam a formar uma grande piscina natural.

Quando o sol já ia baixando e os funcionários do lido começavam a recolher as espreguiçadeiras e guarda-sóis, caminhamos até o píer onde fica o terminal de ferry boats, logo ao lado da praia, para pegar algumas informações.

Ali há ferry boats para Nápoles, Amalfi, Positano e, a ilha que visitamos no último dia da nossa estadia em Sorrento: Capri.

Lê o post: Capri em um bate-volta de Sorrento

De volta à parte alta, ainda deu tempo de admirar um maravilhoso por do sol nos jardins da Villa Comunale.

Sorrento: o que fazer.
Custos e alimentação em Sorrento

Como já esperado, o preço médio das coisas em Sorrento eram um pouco mais altos do que a média de Roma ou Nápoles. Como estávamos em um apê com uma mini-cozinha, procuramos um supermercado e fizemos compras. Em dois dias fizemos jantinhas deliciosas, com direito a prosecco. Maravilha!

Comidinha caseira: massa com molho pesto, queijo pecorino ralado, salada e polpetas.
Acompanhada de prosecco. 😛

Para dar uma ideia, compramos no supermercado itens para fazer duas jantas, três cafés da manhã, duas garrafas de Prosecco, água mineral e biscoitos, e gastamos 33 euros.

Em um dos dias almoçamos no restaurante da nossa hospedagem, comida simples e econômica: 17 euros para dois pratos individuais de massa.

Na nossa última noite em Sorrento, abrimos (um pouco) a mão 😀 e procuramos um restaurante para jantar. Nos agradou o O’Murzill’, tanto pelo ambiente quanto pelo cardápio (e preços, sempre 😛 ). Comemos o risoto do dia, que era de camarão e aspargos, estava uma delícia! E de sobremesa, pedimos nossos doces italianos preferidos: eu, uma panna cotta, e o Rodrigo, um tiramisù. Com vinho em taça e sobremesa, a janta para nós dois saiu por 38 euros. Fechamos com chave de ouro a estadia nessa cidade!

Panna cotta e tiramisù do O’Murzill’.
De Sorrento para a Costa Amalfitana

Na manhã do dia seguinte, pegamos um ônibus para a nossa próxima cidade-base da viagem: Minori. O ônibus, que vai até Amalfi, sai defronte à estação de trens. O trajeto leva 1h30min. Querendo seguir para outras cidades da Costa Amalfitana após Amalfi (como era o nosso caso), é preciso trocar de linha e pegar o ônibus que segue até Salerno. De Amalfi a Minori, foram mais 15 minutos. A empresa que opera essas rotas é a SitaSud (clica aqui para horários e outras informações).

Eu não recomendo usar Sorrento como base para explorar a Costa Amalfitana caso tu não estejas com um veículo alugado. Os trajetos de ônibus são longos, os horários disponíveis são espaçados e na alta temporada os veículos vão cheios, com bastante gente em pé. Uma alternativa seria usar o ferry boat para ir a Amalfi ou Positano (mais caro, porém serve ainda como um passeio de barco).

E porque estou insistindo tanto na questão do transporte público? Bom, explorar Sorrento e Costa Amalfitana de carro, no auge da alta temporada, também não é algo que recomendo. As estradas são sinuosas e estreitas. Os locais para estacionar são disputados e muitas vezes à beira da estrada, com os demais veículos passando e tirando fino. Claro, tudo é questão de pesar prós e contras. Para quem está indo com família, crianças, idosos, um carro oferece muito mais mobilidade, conforto e flexibilidade. Mas, se possível, deixa para fazer isso fora dos meses de julho e agosto, para evitar transtornos.


Nossa estadia em Sorrento aconteceu de 12 a 14 de julho de 2017.


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